segunda-feira, 4 de maio de 2020


teATROM
Teatro de Trovas Mórbidas






APRESENTA:
Mãe África!
TEXTO DE NILDO DOS SANTOS
DIREÇÃO: EDI SOUZA










TEIXEIRA DE FREITAS – BAHIA, 2020.




Sinopse






Mãe África é uma opereta mórbida, no qual os personagens não são nominados, para melhor destacar os fatos a opereta traz para o debate, questão da africanidade e o direto a liberdade, em um formato lírico, a história de empoderamento envolvente, trabalhada no psicodrama, com variáveis do teatro surrealista, e com ação cênica stanislavskiana, sem fugir do padrão de trovas mórbidas. A peça é por sim mesma uma atividade ativista do humanismo.          












Ordem da entrada
Ator/Atriz              Símbolo da personagem
Carlos Oliveira..............................Co
Sabrina Gonsalves..........................Sg
Nadja Lima...................................Nl
Fabricio Ferreira............................Ff
Melk Santana................................Gp
Rodrigo Barbosa............................Rb
Gabriel de Assis.............................Ga
Jonas Filho...................................Jf
Felipe Santos.................................Fs
Ezequiel Le....................................El
Saturno.........................................As
Marte...........................................Cp
Edi Souza......................................Ed
Mariana Luz...................................Ml












Técnica
Marlecio Assunção
Gil Vito
Marcos Gabriel
Lara Lemos




Trilha sonora
Marlecio Assunção
Gustavo Dm
Fabricio Ferreira



Apoio
Ong Paspas – Profissionais da Área de Saúde Promovendo Assistência Social

Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas | Secretaria de Educação e Cultura





CENA ÚNICA
{Música métrica, em crescente.}

Co [Entra em cena o ator (1) da direita para a esquerda, andando em (N) admirando o espaço com olhar distante, (pausa física curta) Olha rápido sobre o ombro esquerdo].
Sg  [Atriz (1) entra pela a esquerda para a direita e faz carinho no Co 1].
Nl  [Entra pela a direita a Bailarina. {Baila sendo observada com admiração por Co e Sg, em gestos simples em formas circulares].
Co [Faz carinho em Sg, cena em meio movimentos circulares]
Sg [Corresponde o carinho também, com movimentos meio circulares]
Ni [coloca uma guirlanda na cabeça de cada personagem]
{O GRUPO | Entra em cena com movimentos em (M) e em (W) {Tom alegre} (pausa de movimento curta) | Quebra de cena | cena de impacto} Ni sai de cena correndo, para a esquerda | Entra em Ff – cena em (S) com impacto em Co.|


O GRUPO | Em formação com (M W) com recuo no centro (com pequenos movimentos triangulares) [cena de impacto de Ff contra Co] (cena baixa)
Ff – Negro desgraçado... Escoria da sociedade!
 Infame, porco de toda maldade, (espancamento)
Sua peste, imundo, safado, macaco. A N I M A L!
Preto... Você não é humano. Você é imoral.

Co – Por quê?

Ff – Por que! Você é um verme podre, cagado.
Pobre, preto, você é um puta da periferia. (espancamento)
Ladrão, “viadinho de merda” você merece um ardo.
Eu tenho nojo de você sua vida é patifaria!

Co – Por quê?

Ff – seu bosta, fedorento, você merece morrer,
Seu desgraçado você não merece viver... (espancamento)
Seu bosta, não vale o chiclete que um bêbado mascou!
Todo castigo para você é pouco, paga o ar que respirou!
Co – Por quê?

GRUPO – Ontem na África fui raptado!
Hoje no Brasil sou humilhado! (cena em (C) envolta de Co.)
 
{O GRUPO | Entra em cena com movimentos em (M) e em (W) {Tom triste} (pausa de movimento curta) | Quebra de cena | cena de impacto} Ff sai de cena correndo, para a esquerda | Entra em Ed – cena em (S) com impacto contra Sg.|
Ed – Eis o belo, que vale todo céu!
        Sei que não pode pensar, (cena de impacto)
        E nem ter direito... andar em vel.
        Mulher, “viado” e preto não pode falar.
       
        Ontem eu sou seu escravizador!
        Hoje eu sou seu violentador!
        Ontem eu era o capitão do mato!
        Hoje eu sou o capitão do asfalto!
    
        Não cala a boca... essa é a realidade,
        Vocês com seu voto, fez essa sociedade.
        Meu cio capital voraz, já é normalidade!

        Eu posso, pois eu quero... é real.
        Mulher não tem valor... Natural.
        Seu corpo é meu, ... Sua animal! 


[Sai do grupo “salva” Sg (gritando)] 
As – Toda mulher tem direto!
         Temos que nos emponderar
         Unidas podemos mais. É o certo.
         A luta! A luta! A vitória é certa!


[Ed sai de cena e rapidamente e volta com Ff,  ferocidade contra Co]
Negro, da favela pobre e gay, mata, mata, mata!
É “viado”, baitola favelado mata, mata!
Negro, da favela pobre e gay, mata, mata, mata!
É “viado”, baitola favelado (matando Co) mata, mata!
Negro, da favela pobre e gay, mata, mata, mata!
É “viado”, baitola favelado (mata Co) mata, mata!


{Grupo vira de costa, cena congelada, falas do cotidiano, música fúnebre}

Ed..É fato! ...





 [Cena fúnebre em grupo circular]

Jt – Canta: lírico-mórbido.
Como é grade essa dor
Tão terrível dor, terrível dor, dor
Que dilacera a alma por causa da cor
Tortura por causa do gênero, sim senhor
Eu tenho valor, Você tem valor
Como é grade essa dor

Grupo – Liberdade, igualdade e fraternidade!
Rb – Liberdade, liberdade ainda que tardia!
Reconheças... Somos iguais todos os dias!
Para ser humano é preciso fraternidade!
 
Ml – Entra dançando (Música africana)
Co | revive |
Ml – Eu sou a Mãe África,
Que estou no sangue,
No DNA que fica,
Sempre ligue.
África, África.
 
Co – Como pode dizer que é humano,
E maltrata outro humano os...
Só por que é diferente...
Por que não é seu parente
Somos todos humanos,
Não importa a cor, sentimos a mesma dor,
Hó mãe África, senhora da liberdade.
Mãe Africa!

{O GRUPO | Cena com movimentos em (M) e em (W) {em meio tom} (pausa de movimento curta) | Quebra de cena | cena de impacto} faz os opressores sucumbirem|
Todos – Viva o povo, Viva a liberdade, viva! EÁH!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

O MÓRBIDO CÊNICO!

O Teatro Mórbido, vem desenvolvendo uma nova rede de ação cênica, com uma releitura de Trovas Simbolistas de Cruz e Sousa, com uma roupagem moderna, sem perder a tradição e o valor critico e metafísico.
Carlos Oliveira - Trevos!
  
O teatro mórbido entra em cena com uma relação público/atores violando a quarta parede e criando a "cela psíquica de teatro" com atividades cênicas, que traz a não estética aos sete sentidos humanos (tato, ofato, visão, paladar, audição, equilíbrio e percepção), sempre com um trato especial as variáveis de pessoa para pessoa. A marca do morbismos cênico e filosófico é uma relação direta ao psicológico do espectador, e já mais do ator. O ator tem que ser um agente frio, vazio, racional e altamente técnico em sua performance teatral, usando a morfologia do DRAMA que é simplesmente AÇÃO, isso significa que a linguagem é apenas parte da cena e não o todo. A formalidade e a expressão na comunicação cênica, leva o lugar sensorial e altamente "plasmático com o simbolismo das formas e das substancias elementais..."   Com o avanço dos sistemas artísticos e culturais, o mórbido cênico também avança com esses novos conceitos, mas, não perde a sua originalidade e sua tradição que vem desde o século  XIX. O sistema artístico-cultural do morbismo é um movimento literário, teatral. visual, plastico e conceitual do sistema filosófico-literal e das outras artes que surgiu na França, no século XIX em conjunto com o simbolismo, como oposição ao realismo, ao naturalismo e ao positivismo da época. Movido pelos ideais mortuárias, doentias e metafisica, estendendo suas raízes as telas do audiovisuais, com o simbolismo teve efusão em varias artes.